Relações à Distância
É um pouco estranho, para não dizer muito, quando estamos todos os dias com uma pessoa que a certa altura decide ir embora.
Quando o meu namorado me informou que iria tentar a sua sorte na Inglaterra não quis acreditar. Não porque desconfiasse da sua capacidade de trabalho ou persistência, mas porque me recusava a acreditar que ele tivesse coragem de enveredar numa aventura deste calibre sem mim. Mas ele foi e há mês e meio que anda por lá.
No passado dizia que relações à distância não eram para mim. Prefiro tocar, sentir e conviver com a pessoa em vez de a observar de longe, através de uma câmara e provavelmente com plateia. Sim, tenho a mania da perseguição tenho. Mas na vida há destas coisas e, como não me vejo com mais ninguém, decidi ir na onda. Se tudo correr bem vou visitá-lo no mês que vem e entretanto mudo-me para lá no fim de Setembro. A ver vamos. Por agora vou terminar a tese que tenho em mãos, frequentar as minhas aulas de inglês e tentar captar a atenção de cerca de vinte miúdos ao Sábado à tarde.
No outro dia um rapaz de dez anos virou-se para mim e disse: "A vida não é justa!" Pois está claro que não é. Agora... um bocadinho de confiança em nós mesmos e esperança num amanhã melhor ajuda a "levar a vida de boa".