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O da Inês

A vida também é isto: Ceder #1

Bem hoje inauguro a primeira rubrica do blog: "A vida também é isto". Ando a sentir falta dos tempos em que refletia mais e ditava menos. Passamos por isso dos produtos aos sentimentos, pelo menos ao sábado.

 

Ceder. Eu cá não gosto de ceder. Muito cedo ensinaram-me a decidir, distinguir o bem do mal e tomar posições. "Se não querias ir porque é que foste?" "Não vais deixar de estudar só porque a tua amiga o faz!" "O que é que pensas sobre isso?" E eu acostumei-me a optar por um caminho sozinha, independentemente de pressões ou palpites alheios. Ao contrário da minha irmã, o oposto de mim. Na minha terra caraterizamos este tipo de pessoa como um "paz de alma". Só para  verem o cúmulo, certo dia a minha irmã levou uns pontapés na escola e já em casa a minha mãe perguntou porque é que ela não ripostou? Ela respondeu que não queria magoar o colega. Enfim... Quanto a mim lembro-me de uma vez entrar numa aula do ensino básico e a professora dar-nos liberdade para escolhermos os lugares. Ora duas amigas minhas queriam sentar-me ao meu lado e afirmaram que ficariam muito chateadas comigo dependendo da decisão que tomasse. Eu sentei-me sozinha até ao fim e elas ficaram lado a lado na mesma carteira. Pronto, assunto resolvido. Ainda hoje quanto mais atazanam a minha paciência, mais danada eu fico. E é certo que depois gosto de contrariar o sujeito. 

 

Estamos em 2017 e já sou crescida. E os crescido têm de ceder. O meu relacionamento já teve melhores dias, mas isso porque pela primeira vez decidi bater o pé. Sabem quando estão prestes a fazer algo infantil, pensam duas vezes e ainda assim fazem asneira? Eu fiz isso recentemente. O que é que eu ganhei com isso? Um dia recheado de drama, lágrimas, dores de cabeça, consciência pesada e solidão. Sinceramente ainda hoje acho que não estive assim tão mal e que o meu namorado excedeu mais os limites do que eu. Todavia a vida não é um jogo onde tentamos sair por cima com mais pontos. Lá por ele ter agido mal não quer dizer que deva reagiar ainda pior e vice versa. Esses momentos exigem silêncio e uma respiração que diminua o nervosismo, sem contar com a parte em que é preciso repetir tudo o que disse anteriormente (sem berros) a fim de que ele perceba o meu lado. Só que isso é tudo tão difícil Deus do céu.

 

Nas relações é preciso ceder, é certo. Mas até que ponto? Quando é que chega de abanar a cabeça e assobiar para o lado? Qual é o limite da paciência e abnegação? Nunca vou descobrir ou pensando melhor até já sei, apenas sou chatinha demais para deixar os xicos espertos desta vida levarem a melhor. Critico e, ao mesmo tempo, admiro aquelas pessoas que sabem calar e ignorar as situações de crise. É que são tão mais felizes do que eu... A ver se ganho juízo e faço mais listas de supermercado enquanto oiço baboseiras. 

 

Adoro e odeio ter razão. Sabem porquê? Porque depois de a ganhar nunca sou feliz com ela. Vá, levem lá a bicicleta.

 

 

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Como já devem saber, podem seguir o meu dia a dia no Instagram. (:

Beijocas

 

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